Três perigos do Metaverso

Uma reflexão sobre três perigos do Metaverso, que chega com a missão de integrar o mundo real a um mundo virtual com o máximo de semelhança à experiência offline. Construído a partir de diversas tecnologias avançadas e emergentes, este universo propõe que as pessoas possam se relacionar umas com as outras por meio de avatares. Crises individuais, conflitos, privacidade, questões legais e aquecimento global são algumas inquietações em relação ao Metaverso.

Mulher jovem caminhando por uma rua repleta de árvores nas laterais. Em vez de olhar a paisagem, ela toca objetos virtuais no ar, interagindo com eles, no universo paralelo do Metaverso. Muitos perigos desconhecidos podem surgir nessa realidade alternativa.

Introdução

Os avanços da tecnologia são fundamentais para a evolução da sociedade. No entanto, a intensa digitalização dos processos empresariais e das relações humanas também traz riscos, e exemplo disso é o Metaverso. A nova realidade que, a princípio chega para somar, pode acarretar riscos graves para o futuro das pessoas.

Para quem desconhece o que é o Metaverso, trata-se de uma proposta tecnológica que chega com a missão de integrar o mundo real a um mundo virtual com o máximo de semelhança à experiência offline.

Tendo a previsão de ser construído a partir de diversas tecnologias muito avançadas e emergentes, este universo permitirá que as pessoas possam se relacionar umas com as outras por meio de avatares, isto é, bonecos virtuais personalizados. Neste novo mundo, é possível até mesmo trabalhar e estudar.

Na prática, é como se transferíssemos a vida que levamos atualmente para um ambiente completamente digital.

A implantação do Metaverso ainda não foi, de fato, consolidada. Afinal, ainda carece da maturação de certas tecnologias. No entanto, o tema está cada vez mais pautando discussões mundo afora, principalmente entre grandes personalidades internacionais, como Mark Zuckerberg, fundador do Facebook.

Considerada uma das maiores plataformas de redes sociais do mundo, o Facebook alterou o seu nome para Meta. O assunto movimentou a internet e há quem diga que a empresa de Mark Zuckerberg está excessivamente focada no desenvolvimento do Metaverso.

Diante disso, iremos abordar, no artigo de hoje, uma reflexão sobre três perigos do Metaverso. Outros também podem existir, mas esses são os que mais chamam a atenção no momento. Veja quais são eles.

Perigos do Metaverso – Parte 1: Crises Individuais e Conflitos

O primeiro problema que citaremos é o de ordem psicológica. Em nossa condição humana, nossos sentimentos e emoções se mesclam a nossa razão. Esse tema já foi tratado aqui mesmo nesse blog num artigo sobre o impacto das emoções no empreendedor iniciante. O mesmo vale para as interações humanas com as tecnologias.

Em meio a tantos dilemas sociais mal superados em nossa sociedade, investir em um universo “paralelo” expressa uma verdadeira fuga da realidade. As frustrações e as dificuldades que enfrentamos no mundo real permanecerão aqui e outras tantas poderão surgir no Metaverso.

Ou seja, as crises individuais e os conflitos seriam multiplicados pela vivência em mais um ambiente digital. A saúde mental e psicológica dos seres humanos tende a sofrer prejuízos ainda mais sérios. Afinal, ainda não conseguimos nem mesmo compreender, contornar e sanar os danos causados à saúde mental pelas redes sociais “tradicionais”.

Perigos do Metaverso – Parte 2: Questões Legais, Privacidade e Segurança

No âmbito jurídico, o Metaverso também deixa alguns questionamentos, principalmente quando o assunto é privacidade e segurança.

O motivo? O acesso a essa nova realidade será semelhante ao acesso das redes sociais. Sendo assim, em casos de contas hackeadas, as informações roubadas também irão funcionar como a porta de entrada para os criminosos no Metaverso.

Quem será a autoridade responsável por solucionar os roubos bancários e as fraudes, ou ainda crimes como o assédio? O Metaverso será totalmente privatizado ou o poder público teria algum papel? Que adaptações precisaremos fazer para que se criem leis funcionais e aplicáveis nessa realidade alternativa?

Nesse sentido, outros riscos relacionados à segurança de dados deverão surgir, como os golpes de engenharia social e os problemas ligados à blockchain.

O primeiro, a Engenharia Social, é caracterizada pela técnica utilizada por criminosos para manipular usuários a abrirem links infectados, compartilharem informações confidenciais e realizarem transações bancárias. Diversas maneiras criativas e ainda desconhecidas de enganar os usuários poderiam surgir no Metaverso.

Já o segundo, corresponde à dificuldade de recuperação do acesso à conta do usuário das plataformas de blockchain, nos casos de perda das chaves de acesso. Isso acontece porque não há autoridade central, ou seja, não há a quem recorrer nesta situação. Fica difícil para um usuário que não seja especialista se proteger adequadamente de ameaças digitais dessa natureza.

Perigos do Metaverso – Parte 3: Aquecimento Global

Engana-se quem pensa que os riscos do Metaverso se restringem aos seres humanos. O meio ambiente também poderá sofrer consequências.

Considerando a refrigeração dos datacenters, a empresa Microsoft já realiza testes de sistemas subaquáticos para verificar opções de resfriamento mais sustentáveis.

O aquecimento global terá uma contribuição maior dos datacenters pelo alto consumo de energia necessária para processar e renderizar em tempo real os avatares e as informações que estarão em circulação no Metaverso. Afinal, estamos falando de uma realidade que tem a intenção de abrigar bilhões de pessoas interagindo, em tempo real.

O avatar funcionará como uma espécie de holograma capaz de exibir micro expressões faciais dos participantes; isso tornará possível representar perfeitamente a comunicação humana não verbal. Para atingirmos tais objetivos do Metaverso, estima-se que seja necessário um poder computacional 1000 vezes maior ao que temos hoje no planeta Terra, com um gasto de energia específico multiplicado por um fator semelhante. Essa conclusão considera as limitações tecnológicas atuais, é claro.

Uma alternativa para a geração energética capaz de suprir essa demanda é a tão sonhada Fusão Nuclear. Já existem consórcios de empresas e países buscando essa alternativa energética, que reproduz a capacidade de gerar energia semelhante ao Sol.

Conclusão

Como pudemos ver nessa reflexão sobre três perigos do Metaverso, ainda existem lacunas a serem resolvidas, antes que possamos decretar as reais vantagens desta nova realidade. Mas, uma coisa é certa: os riscos são iminentes e poderão afetar toda a sociedade, incluindo os governos e as empresas.

Portanto, vamos observar com cautela o advento de novas tecnologias, sempre buscando uma avaliação ponderada e fora do hype, especialmente no caso do Metaverso.

4 comentários em “Três perigos do Metaverso”

  1. Ricardo A S Bueno

    Gostei muito do artigo, você levantou três pontos interessante, acho que vale a pena discuti-los!

  2. Renata Cobra Cyrino Nicoliello Vencio

    Bom dia Joaquim 😊
    Fica difícil de acreditar, mas é realmente assustador de todos os pontos de vista. Esse assunto deve pauta para toda sociedade e para os nossos governantes.
    Tudo deve ser dosado devidamente para não virar uma catástrofe no futuro.
    Achei de suma importância esse assunto!!!

  3. Super importante essa reflexão. Toda inovação deve ser avaliada com um olhar abrangente, para evitar impactos negativos na humanidade. Parabéns pelo texto.

Comentários encerrados.